acidentalmente

Sinto saudade da minha dignidade. O que eu atraí realmente mudou todo o meu rumo. 5:30 da manhã e eu ainda vagando sozinha, meus pensamentos desmanchando em cascatas de veneno.Sorrindo com dentes de chumbo, me questiono sobre minha moral...sinto falta da curiosidade inocente. Com meus desejos mentais sanados, me encontro perdida, agarrada, abraçando e me esquentando em um pequeno poste de luz, tão pequeno quanto eu, mas ele esta gelado, sem vida, metal fundido com todas as minhas vísceras...o gosto da vergonha continua em minha boca, agora misturado com um cigarro barato e burramente fumado na expectativa de aliviar toda a tensão, em mais 1, 2, 3, 20 tragadas... Sinto pena de quem me tem por perto, sinto pena e um leve carinho por quem ousou querer fazer parte dos meus sentimentos, que agora estão tão despedaçados quanto eu. Tenho que me acostumar que certas coisas realmente não são normais.O que realmente tem dentro desse corpo maltratado? Te escrevo novamente pedindo desculpas...não sei lidar com esse novo sentimento chamado "culpa", tropeço em suas pernas e caiu totalmente desistente.Estou fadada, não posso mais escolher.Me sinto frágil demais, carente demais, exausta demais, não suporto mais ser eu mesma. Não vou dormir...tenho que me suportar por mais tempo...não aguento.Sem me importar em destruir alguém, apontei o gatilho contra o meu próprio peito (acidentalmente). Medo de acordar, medo de viver... Quero saber onde eu escondi o resto de mim; Quero saber porque não acredito mais em Deus; Quero saber o quanto eu posso me desfazer, até onde vai essa insanidade toda...se alguém, algum dia, em algum lugar vai entender... Eu afoguei o lado bom, eu estou acabada. Mas um dia sozinha e sem valor algum.